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A pesquisa que animou Tarcísio de Freitas para as eleições de 2026

A pesquisa que animou Tarcísio de Freitas para as eleições de 2026

O mundo político já mira as eleições gerais do próximo ano. A disputa que concentra os holofotes, naturalmente, é a Presidência da República. Falta menos de um ano para o início do período eleitoral, e abril de 2026 marca o prazo de desincompatibilização para ministros e governadores. Nesse contexto, a última pesquisa da AtlasIntel animou o nome mais competitivo da direita: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Lula (PT) parecia ter reencontrado o rumo. A prisão de Jair Bolsonaro (PL), o tarifaço de Donald Trump que lhe deu algum alívio de popularidade e uma sequência de levantamentos positivos sugeriam que o jogo estava virando. Mas a política raramente oferece vitórias duradouras. A nova pesquisa é prova disso: no segundo turno, Tarcísio aparece à frente do presidente, com 48,4% (+1,7%) contra 46,6% (-1%). É a primeira vez desde o tarifaço que alguém se coloca como capaz de impedir Lula de conquistar um quarto mandato. O resultado não pode ser lido isoladamente. Ele surge no momento em que nomes como Ronaldo Caiado (União) e Romeu Zema (Novo) falam em pacto: candidaturas próprias no primeiro turno e união no segundo. Ainda assim, todos sabem que Tarcísio é hoje o nome mais competitivo. Para o governador de Goiás e o de Minas Gerais, lançar-se pode significar menos a expectativa de vitória e mais a busca por capital político e barganha em um eventual segundo turno. Pragmático, Tarcísio evita falar em candidatura presidencial e insiste que seu foco é a reeleição em São Paulo. Mas, a portas fechadas, ninguém duvida que o morador do Palácio dos Bandeirantes já vislumbra o Palácio da Alvorada. Não por acaso, ensaia até um slogan: “40 anos em 4”, inspirado em Juscelino Kubitschek. O recado é claro: menos ideologia, mais entrega, numa tentativa de atrair o eleitor moderado, decisivo em eleições polarizadas. Enquanto isso, a mesma pesquisa que trouxe boas novas a Tarcísio revelou que o fôlego de Lula pode ter sido passageiro. Sua aprovação caiu para 47,9% e a desaprovação subiu para 51%. Experiências recentes mostram o risco: Dilma em 2014 quase perdeu nesse patamar de rejeição, e Bolsonaro em 2022 não conseguiu se reeleger. É difícil vencer quando a maioria do eleitorado desaprova o governo. Resta ainda o fator Bolsonaro. Sua condenação no STF é dada como certa e o mercado político já precificou sua inelegibilidade. Desse vácuo nasce a viabilidade de Tarcísio. Mas o governador precisa de equilíbrio: se apresentar como alternativa nacional sem parecer traidor do bolsonarismo. Críticas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mostram o tamanho da encruzilhada. Para compensar, Tarcísio prometeu que, se eleito, seu primeiro ato seria conceder graça ao ex-presidente. O quadro está longe de definitivo. Mas a pesquisa já colocou um pé de Tarcísio em Brasília. O dilema é saber se o outro ficará preso ao Bandeirantes ou se dará o passo decisivo rumo ao Alvorada.Samuel Jacques é Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em marketing político
Os erros que se repetem

Os erros que se repetem

O governo Lula acredita firmemente que a melhor maneira de gerir a economia é por meio do aumento da participação do Estado. A recusa em cortar gastos públicos e a proibição de privatizar estatais são sinais claros dessa estratégia. Os modelos de ajuste fiscal empregados no mundo focam em cortes de gastos ou elevação de impostos ou geralmente numa combinação dos dois, sendo os que priorizam a redução de despesas públicas os mais bem sucedidos.  O natimorto arcabouço fiscal foi sui generis ao envolver simultaneamente crescimento de gastos e das receitas. Manobrando a contabilidade, ao excluir despesas do cômputo do resultado primário do Tesouro Nacional, e perseguindo o aumento da arrecadação, o governo tenta a todo o custo a obtenção de um déficit primário zero, indicador enganoso de seu  compromisso com a saúde das finanças públicas. Os artifícios para evitar que gastos tenham impacto sobre o resultado primário estão erodindo a credibilidade desse indicador da política fiscal ao se transformar em prática das atuais autoridades econômicas. Seu emprego se repete recentemente com as despesas para restituição dos descontos indevidos aos aposentados e pensionistas do INSS e com o pacote de mitigação dos efeitos do tarifaço. Do ponto de vista econômico, o relevante é o que se passa no mundo real e não o número gerado pela contabilidade criativa. Nesse contexto, os mercados observam a evolução da dívida bruta e o sinal transmitido por ela não é bom, como evidenciado pela persistência de prêmios significativos incorporados nas taxas de juros de títulos públicos. A relação dívida/PIB atual de 76,6% é a mais alta desde 2011, excetuando o ano da pandemia. O reequilíbrio fiscal será viabilizado somente com a geração de superávits primários. Por sua vez, isto depende de reformas que impliquem em profundos cortes de gastos públicos, incompatíveis com a crença ideológica do governo. Da mesma forma, a gestão de empresas estatais, bancos públicos e companhias não financeiras, tem sido utilizada ativamente para alavancar a presença do Estado na economia.  O BNDES voltou a expandir o crédito em ritmo acelerado, competindo inclusive com Banco do Brasil e Caixa Econômica no financiamento ao setor agropecuário. As LCDs (letras de crédito de desenvolvimento) emitidas pelo BNDES, isentas de imposto de renda, passaram a competir com as letras de emissão da iniciativa privada (LCAs, LCIs, LHs, CRIs) diminuindo espaço para esta no mercado de capitais. A BNDESpar, subsidiária do BNDES, não só cessou a venda de ações de sua carteira como retornou à política de adquirir participações em empresas concorrendo com veículos de investimento privado. No segundo trimestre de 2025, o Banco do Brasil registrou percentual recorde de perdas na concessão de financiamentos, o que sugere problemas na análise de crédito. Num contexto em que a economia cresce há vários anos, é surpreendente o recorde de perdas com crédito.  As estatais não financeiras voltaram a apresentar prejuízos, destacando-se entre elas os Correios. A empresa registrou em 2024 elevação de R$ 700 milhões nas despesas gerais e administrativas e um prejuízo total de R$ 2,6 bilhões, valor considerável até porque os riscos operacionais em sua atividade no curto prazo são tipicamente baixos.  Na Petrobras há elementos de preocupação: o afrouxamento da governança, o abandono da meritocracia substituída por critérios políticos, a despreocupação com custos e geração de valor, a má alocação de capital no investimento em projetos em setores onde a companhia fracassou no passado e o foco no pagamento de dividendos num ambiente de elevado nível de amortizações de arrendamentos. No curto prazo, a Petrobras vem apresentando bons resultados beneficiando-se de vários fatores. Primeiro, a reestruturação levada a efeito entre 2016 e 2021 reduziu custos administrativos e operacionais e eliminou fontes de desperdícios com a venda de ativos e privatização de empresas. Segundo, a persistência de níveis confortáveis de preços do petróleo, acima de US$ 80 por barril em 2023 e 2024  e entre US$65-70 em 2025. A baixa volatilidade de preços de combustíveis desde 2023 tem inclusive permitido que durante algum tempo os preços domésticos permaneçam abaixo dos preços internacionais sem gerar prejuízos significativos. Olhando para o futuro próximo, na melhor das hipóteses a manutenção dos atuais níveis de rentabilidade se verá seriamente ameaçada num cenário de preços mais baixos, como parece provável.  Há cerca de dez anos tivemos uma recessão profunda que se prolongou por 34 meses, segundo a FGV, a mais longa desde 1980. Tal recessão, vale lembrar, não foi derivada de um choque externo, mas sim da aplicação do rationale econômico de hoje, o Estado como motor do desenvolvimento econômico. Repetir os mesmos erros não é acaso, é opção. E opções erradas cobram seu preço. Roberto Castello Branco é doutor em economia e membro do Conselho de Leis do Ranking dos Políticos  
O que mudou na cabeça econômica do brasileiro em 2 décadas

O que mudou na cabeça econômica do brasileiro em 2 décadas

Por Nilson TeixeiraConselheiro do Ranking dos PolíticosEste texto explora o capítulo “O capitalismo e seus descontentes”, que escrevi em coautoria com Alberto Carlos Almeida, para o seu livro “A Cabeça do Brasileiro, vinte anos depois: o que mudou”, recentemente publicado. Os seus sete capítulos resultam de um trabalho iniciado há mais de duas décadas, quando foi realizada, pela primeira vez, a Pesquisa Social Brasileira (PESB). Em 2002, a PESB explorou a percepção dos brasileiros sobre diversos temas. Vinte anos depois, em 2023, a pesquisa voltou a campo, permitindo comparar visões sobre religião, demografia, política, economia e instituições. Do lado econômico, a PESB analisou a percepção sobre o papel do Estado, do setor privado e do capital estrangeiro. O Estado ocupa, historicamente, um espaço central no Brasil. A presença estatal vai além de funções clássicas como segurança, saúde e educação. Inclui regulação de preços e participação direta em setores como petróleo, serviços bancários, infraestrutura e proteína animal. Essa abrangência ajuda a explicar por que, mesmo após duas décadas, a PESB identifica apenas um leve declínio na preferência pela intervenção estatal. A maior parte da população continua defendendo que o governo interfira em resultados do livre mercado, sem nenhum indício de avanço liberal relevante. O apego ao Estado pode estar ligado à crença de que o setor público é mais confiável e oferece mais benefícios do que o setor privado. Apesar de o país ter presenciado avanços institucionais entre 2002 e 2023, como a consolidação do regime de metas de inflação, maior flexibilidade cambial, autonomia formal do Banco Central e amadurecimento do conceito de responsabilidade fiscal, a leitura sobre o papel do Estado pouco mudou. Parte da explicação reside na crença de que os recursos públicos são inesgotáveis e podem sustentar enormes renúncias tributárias, bem como transferências não apenas para as camadas mais pobres da sociedade, mas também para grupos influentes. A PESB comprova que a sociedade não rejeita privilégios para grupos influentes, como algumas carreiras do serviço público que recebem remunerações bem acima do teto constitucional e dos recebidos no setor privado. Também não há resistência significativa aos gastos tributários com baixa ou nula eficácia. O caso do Simples é emblemático: as ampliações de seu limite de enquadramento não contribuíram para a formalização no mercado de trabalho nem para ganhos de produtividade, mas o mecanismo segue amplamente defendido. A percepção pública pavimenta a inércia política no sentido de manutenção de isenções fiscais, apesar de seus custos e ineficiências, ilustrando a dificuldade de retirar privilégios. As renovações contam com apoio disseminado, mesmo entre congressistas de regiões prejudicadas, confirmando a falta de compreensão sobre os custos da alocação ineficiente dos recursos públicos. Esse comportamento também se reflete na proliferação de frentes parlamentares, que frequentemente reúnem muitos representantes sem ligação direta com o tema. A lógica é de que não há custos em apoiar benefícios setoriais, um raciocínio que despreza o efeito sobre a sustentabilidade fiscal. Nesse contexto, o debate é influenciado por correntes que defendem o aumento de gastos públicos como motor do crescimento, apostando que o impulso levará à maior arrecadação e à redução do déficit fiscal. Essa narrativa ganha força quando a dívida pública doméstica é comparada à de países com números bem maiores, sem levar em conta diferenças fundamentais. Apesar da continuada preferência por intervenções diretas do Estado, houve avanços na forma de prover apoio às camadas mais pobres. As transferências diretas de renda, como o Bolsa Família, ampliaram a autonomia dos beneficiários e a eficiência no uso de recursos. Todavia, o mesmo princípio não se aplica a outros programas, que propõe distribuição direta de produtos. A pesquisa também analisou a visão da sociedade sobre o capital estrangeiro. Em comparação com 2002, o brasileiro de 2023 é menos protecionista e mais favorável à presença de empresas estrangeiras, inclusive na propriedade de terras agrícolas. A aceitação da remessa integral de lucros ao exterior e o apoio a incentivos para atrair multinacionais indicam redução do viés nacionalista, embora ainda haja resistência em certos segmentos da população. Os resultados da PESB permitem, portanto, várias conclusões. Uma delas é de que, embora tenha havido pequenas alterações na preferência pelo papel do Estado e na percepção sobre o capital estrangeiro, o brasileiro permanece fortemente estatizante. Outra é que, em muitos casos, a sociedade tolera, ou até apoia, políticas que beneficiam grupos restritos em detrimento da coletividade por desconsiderar os custos dessas escolhas. Em suma, o capítulo “O capitalismo e seus descontentes” traz análises detalhadas desses e de outros pontos. Do mesmo modo, o livro discute assuntos, entre os quais, “O brasileiro e a lei: como o jeitinho, e a falta de confiança e o patrimonialismo nos condenam ao atraso” e “A cabeça religiosa do brasileiro”, que merecem ser lidos pelos que querem compreender a mudança de visão nos últimos 20 anos e a razão de ideias equivocadas pouco terem se alterado nesse período. Nilson Teixeira é Ph.D. em economia e membro do Conselho de Leis do Ranking dos Políticos
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