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Pesquisa revela indecisão no Congresso sobre partidos políticos e candidaturas independentes*
Levantamento do Ranking dos Políticos revela insatisfação com a representatividade dos partidos e mostra que mais de um terço dos parlamentares já cogitou trocar de legenda.
Uma pesquisa inédita do Ranking dos Políticos, realizada com 138 parlamentares (110 deputados e 28 senadores), aponta um retrato de insatisfação e ceticismo sobre o atual sistema político-partidário brasileiro.
“Essa pesquisa foi bem interessante de captar. Identificamos nas entrevistas que candidatura independente ainda é um tema pouco conhecido e debatido entre os parlamentares. Impressiona descobrir que pouca gente tem noção do que significa candidatura avulsa, mesmo sendo uma prática permitida em 90% dos países do mundo, enquanto, no Brasil, ainda não é”, afirmou Luan Sperandio, diretor de operações do Ranking dos Políticos e coordenador dessa pesquisa.
O levantamento expõe que mais da metade dos deputados federais (51,8%) considera que os partidos representam “pouco ou nada” os interesses da sociedade. No Senado, porém, a percepção é mais positiva: 71,4% avaliam os partidos como “muito” ou “razoavelmente” representativos.
Mesmo com críticas à representatividade, a maioria dos parlamentares afirma estar satisfeita com o papel de seus partidos e com as orientações de voto que recebem. Essa aparente contradição revela um paradoxo do sistema atual: há desconfiança sobre a conexão dos partidos com a sociedade, mas reconhecimento da sua importância como estrutura de sustentação política.
Outro dado que chama a atenção é que mais de um terço dos parlamentares admite já ter sido obrigado a mudar o voto por orientação partidária — 42,9% no Senado e 38,2% na Câmara. Além disso, 29% dos deputados e senadores disseram que pretendem ou consideram mudar de partido ainda nesta legislatura, o que reforça a fragilidade do vínculo ideológico com as legendas.
Candidaturas avulsas dividem opiniões
O estudo também investigou a percepção sobre a possibilidade de candidaturas independentes, sem vínculo partidário. No Senado, 46,5% apoiam a ideia — sendo 25,1% para cargos majoritários e 21,4% para todos os cargos. Na Câmara, 41,8% são favoráveis, mas a maioria (51,8%) é contra.
Apesar disso, apenas um terço acredita que as candidaturas avulsas trariam maior renovação política. Para a maioria, o impacto seria limitado, já que os partidos ainda detêm estrutura, financiamento e tempo de TV, considerados essenciais para viabilizar campanhas.
Quando questionados sobre o eventual impacto das candidaturas avulsas na renovação política, a maioria dos parlamentares entrevistados acredita que candidaturas avulsas não impactariam a renovação política: 46,4% na Câmara e 53,6% no Senado. Para 35,4% e 32,1%, respectivamente, haveria aumento da renovação. Ainda assim, poucos acham que poderia haver uma redução na renovação (6,4% na Câmara e 3,6% no Senado), e cerca de 11% não souberam responder.
“Esses dados indicam uma percepção predominante de neutralidade ou desconfiança quanto à eficácia das candidaturas avulsas como instrumento de mudança política”, enfatizou Sperandio.
Direita apoia mais candidaturas independentes; esquerda resiste
A pesquisa mostra um claro recorte ideológico sobre o tema: entre deputados de partidos de direita, sete em cada dez são favoráveis às candidaturas avulsas. Já entre os de esquerda, nove em cada dez são contrários. No centro, a divisão é mais equilibrada, com metade apoiando a proposta.
“Isso indica que há margem para articulação e convencimento especialmente entre os partidos de centro, enquanto na esquerda predomina uma resistência mais rígida e majoritária ao tema na Câmara dos Deputados”, explicou o Ranking dos Políticos na pesquisa.
Para Sperandio, o tema não deve ser ideologizado, pois a questão se trata de direitos humanos. “A não exigência de filiação partidária é, por exemplo, prevista no Pacto de São José da Costa Rica, um tratado internacional que estabelece um conjunto de direitos e liberdades civis e políticas e do qual o Brasil é signatário", concluiu.
A força dos partidos ainda pesa
Apesar da crescente discussão sobre flexibilização do sistema, os partidos ainda exercem forte controle sobre as decisões dos parlamentares e continuam sendo vistos como elementos centrais para a governabilidade. Como aponta a equipe do Ranking dos Políticos, “há um paradoxo entre crítica institucional e fidelidade prática”, que revela a complexidade do debate sobre reformas políticas no Brasil.
A pesquisa foi realizada entre 8 e 16 de julho de 2025, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Os entrevistados foram abordados pessoalmente ou por telefone, respeitando a proporcionalidade das bancadas e o espectro ideológico no Congresso Nacional.
Sobre o Ranking os Políticos
Desde 2011 o Ranking dos Políticos tem como propósito melhorar a eficiência da máquina pública e aprimorar o ambiente de Negócios por meio de transparência para o desempenho e performance dos representantes no Congresso Nacional, de forma apartidária e independente. Nosso levantamento leva em consideração os pilares antidesperdício, anticorrupção e antiprivilégios.
Temos como missão: Avaliar o desempenho dos parlamentares e influenciar decisões do Congresso Nacional para promover a eficiência do Estado brasileiro.
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Valores: Integridade / Transparência / Eficiência / Visão de dono / Liberdade / Responsabilidade individual / Defesa do Estado de Direito.
Nossa área de inteligência promove ainda pesquisas e estudos com a finalidade de promover a educação cívica dos brasileiros.
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Aumento do IOF: medida regressiva que encarece crédito e mascara irresponsabilidade fiscal
A decisão do presidente Lula de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do aumento do IOF expõe mais do que um impasse entre Poderes. Ela revela a persistência de uma lógica fiscal ultrapassada, que considera legítimo penalizar o acesso ao crédito como forma de compensar desequilíbrios nas contas públicas.
Nesse contexto, o governo justifica a medida como parte de um esforço técnico voltado à responsabilidade fiscal. No entanto, trata-se de uma política regressiva travestida de neutralidade. Na prática, encarecer o crédito penaliza justamente os segmentos mais vulneráveis da economia: trabalhadores endividados, pequenos empresários e famílias da classe média, já afetados por juros elevados e inflação persistente.
Além disso, o IOF incide sobre operações cotidianas como empréstimos pessoais, financiamentos, uso do rotativo do cartão de crédito e antecipação de recebíveis. Ao aumentar essa alíquota, o governo onera um instrumento que deveria oferecer alívio financeiro em momentos de dificuldade. Não se trata de um ajuste neutro, mas de uma escolha com efeitos sociais significativos.
Convém lembrar, ainda, que o IOF é um dos tributos mais regressivos do sistema brasileiro. Ele incide de forma uniforme, independentemente da renda, atingindo proporcionalmente mais aqueles com menor acesso a crédito em condições justas. Enquanto isso, setores econômicos mais estruturados continuam beneficiados por regimes especiais e renúncias fiscais pouco transparentes.
Diante disso, recorrer ao STF após a decisão do Congresso evidencia uma inversão de prioridades. Em vez de enfrentar as distorções do sistema tributário — que tributa consumo, isenta patrimônio e perpetua desigualdades — opta-se por ampliar a carga sobre a base da pirâmide. O resultado é previsível: menor capacidade de consumo, freio ao investimento de pequeno porte e entraves à retomada econômica.
O argumento de que a arrecadação extra financiará políticas sociais ignora um ponto: arrecadar mais dos que menos têm não é justiça fiscal. É má alocação de recursos com discurso social. O Brasil precisa, sim, de responsabilidade fiscal, mas isso começa pela revisão dos gastos, não pela ampliação de impostos.
Nesse sentido, a judicialização desse tipo de medida levanta questões sobre a separação dos Poderes. Quando o Executivo busca o respaldo do Judiciário para manter um aumento rejeitado pelo Legislativo, há um desequilíbrio institucional que compromete a legitimidade das decisões de política econômica.
Por fim, é necessário destacar que o verdadeiro problema fiscal do Brasil não está na arrecadação, mas na qualidade do gasto público. Um Estado que consome cerca uma fatia considerável do PIB e entrega pouco precisa repensar suas prioridades. Aumentar tributos é o caminho mais fácil, enfrentar ineficiências, privilégios e subsídios mal alocados é a tarefa que segue sendo adiada.
Em suma, a tentativa de manter o aumento do IOF é um sintoma de um modelo esgotado, um modelo que opta por encarecer o crédito dos que mais precisam em vez de enfrentar os desequilíbrios estruturais que impedem o avanço de uma política fiscal eficiente.
Mateus Vitoria Oliveira, Diretor Executivo da Private Log
A Private Log é um empreendimento logístico da construtora Private no Espírito Santo. Com mais de 620 mil m² de galpões sustentáveis e infraestrutura multimodal, oferece soluções de armazenagem, transporte e distribuição de cargas, unindo escala, tecnologia e sustentabilidade para apoiar a cadeia de suprimentos nacional e internacional.